O "Nossas vivências" destina-se à publicação de produções de meus alunos do Centro Educacional Temóteo Alves de Brito".
domingo, 8 de agosto de 2010
Os paradoxos do amor
Olá alunos da 8a. série!
O texto abaixo será utilizado em nossas atividades de sala de aula.
Acessem também o espaço on-line de aprendizagem para que possa participar dos fóruns. Contamos com a participação de todos e de todas vocês!
Abraços,
Lúcia
Os paradoxos do amor
Os amantes buscam o encontro e isso não significa que a meta alcançada represente algo estático. Muito ao contrário, começa aí o caminho que será o tempo todo objeto de construção. Isso porque, se as pessoas são adultas e supostamente maduras, têm sua própria personalidade, que se caracteriza pela autonomia e individualidade. Ora, o encontro supõe o estabelecimento de vínculos, o que pode parecer paradoxal: como é possível um vínculo em que as pessoas não sejam aprisionadas e não se dissolvam na união?
Vínculo e liberdade
O amor, sendo o desejo de união com o outro, estabelece um tipo de vínculo paradoxal porque o amante cativa para ser amado livremente. O fascínio é gerador de poder: o poder de atração de um sobre o outro. No entanto, tal “cativeiro” não pode ser entendido como ausência de liberdade, pois a união é condição de expressão cada vez mais enriquecida da nossa sensibilidade e personalidade. É fácil observar isso na relação entre duas pessoas apaixonadas: a presença do outro é solicitada na sua espontaneidade, pois são os dois que escolhem livremente estar juntos. O amor imaturo, ao contrário, é exclusivista, possessivo, egoísta, dominador.
Não é fácil, porém, determinar quando o poder exercido pelo amor ultrapassa os limites. Vimos que a força do amor está na atração que um exerce sobre o outro. Em que momento isso se transforma em desejo de controlar, de manipular?
O ciúme exacerbado é o desejo de domínio integral do outro. Marcel, personagem de Proust na obra “Em busca do tempo perdido”, inquieta-se, varado de ciúme até dos pensamentos de sua amada Albertine. Só descansa quando a contempla adormecida...
Não queremos dizer que o ciúme não existe também nas relações maduras. Etimologicamente, ciúme significa “zelo”: o amor implica cuidado e temor de perder o amado. Portanto, se não desejamos o rompimento da trama tecida na relação recíproca e se o outro dá densidade à nossa emoção e nos enriquece a existência, sofremos até mesmo com a idéia da perda. Mas isso não significa que o “zelo” obstrua a liberdade do outro.
Extraído de:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1993. P. 320 e 321.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário