terça-feira, 10 de março de 2009

Gaivotas!

Foco: 

Texto narrativo

Produção escrita

Meio ambiente

O texto encontra-se no livro

Iam caminhando e conversavam entre si no silêncio, de máscara a máscara. Tinham alguma coisa de cavalos marinhos.
“Você se lembra das árvores?”
“Eram belíssimas.”
Passaram por um omem caído na calçada.
“É o quinto em quinze minutos.”
“Falou qualquer coisa, você ouviu?”
“Ouvi, longe e muito débil. Ele pede também, como os outros. Vou socorrer este.”
Aproximou-se do homem caído e atarraxou na máscara dele um tubo do seu depósito de oxigênio: logo se reanimou, movendo os braços.
“Tiravam fotografias delas?”
“Das árvores? Nos últimos tempos, quando começaram a morrer. No museu Martius Número Cinco existe uma coleção de reproduções em litogravura. Já viu?”
“Tive notícia.”
Continuaram a caminhar no silêncio sob o céu negro.
“O pão não dá para todos, nem o ar refrigerado. Conhece estes versos? Pantuzzo é um ser angustiado, uma figura patética. Ninguém pode ser impedido de sair à rua para mendigar ou morrer. O omem se move pelo amor, mas como nos defendermos dele – desse amor?”
“Estou nostálgico, fale-me das gaivotas. A sua geração chegou a conhecê-las?”
“Chegou”.
“São maravilhosas nos filmes antigos. O espaço é tão vazio, daria a vida para ver as gaivotas voando.”
“Só nos apaixonamos por elas quando soubemos que íamos perdê-las”.
“Voavam livres?”
“Voavam”.
“Ao alcance de qualquer olhar?”.
“Ao alcance”.
“É terrível pensar que havia gaivotas e que todas morreram.”
Outro omem caído.
“Sim, terrível.”


(Obs.: omem aqui grafado sem o “h” inicial... uma interpretação possível seria a de que, após a catástrofe definitiva, nada no planeta permaneceu como era antes dela. Mesmo os seres humanos não continuaram a ser como eram...)

Proposta de atividade: criar a introdução do texto "Gaivotas", de Garcia de Paiva. Ele deve adequar-se ao do autor de tal modo que possa ser tomado como início da narrativa.

  • Uma possibilidade de introdução para o texto acima:

Num relance, tudo para. Tudo muda. A vida acaba!

O céu azul já não é o mesmo. Parece perder a cor... as casas quase não existem! As  paisagens são de destruição e morte. Isso devido a falta de amizade, de consciência entre tudo e todos! Ocorrem guerras por coisas mínimas...


Lembro-me das cores. Nossa! Existiam muitas. Todas tão diferentes! E as famílias? Quase todos tinham uma! Os passeios pelos parques nos encantavam! O verde era o recanto de muitos animais! Que belos! As aves iluminavam o céu “pobres gaivotas que não mais”, pois hoje o vazio, a desolação reina! E, falando delas, lembro-me de um momento em que dois jovens ...


(Texto produzido pela aluna Agda Neves dos Santos, 8ª. série B – aulas de Língua Portuguesa - matutino)





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